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Crítica | The Walking Dead - 7ª Temporada


Depois do cliffhanger frustrante da sexta temporada, The Walking Dead prometia uma temporada de grandes acontecimentos e grandes confrontos nesse sétimo ano. E cumprindo as expectativas iniciais, a sétima temporada da série estreou explodindo cabeças – literalmente, de certa maneira. Totalmente frenético e surpreendente, o episódio serviu para tirar dois grandes nomes do elenco da série, e introduzir de maneira brutal o vilão mais incrível de toda a série até o momento: Negan, interpretado pelo excelente Jeffrey Dean Morgan. E com a morte de dois personagens queridos do público, a temporada prometia ser visceral, frenética e extraordinária. Infelizmente, o sétimo ano não foi nada disso, entregando uma temporada rasa, entediante, mal desenvolvida e totalmente banal.

De longe, o pior aspecto dessa temporada é seu ritmo, bastante coerente com seu roteiro fraco. Após os eventos de “The Day Will Come When You Won’t Be”, primeiro episódio desta temporada, a série foi desacelerando, apresentando episódios cada vez mais lentos e menos interessantes. Não é só uma questão de falta de cenas de ação, mas sim a insistência em desenvolver – de maneira pífia – personagens secundários, e apresentar diversos núcleos, insistindo em reservar um episódio inteiro para cada um, mesmo que tudo aquilo pudesse ser resumido em apenas dez minutos de episódio. A falta de foco em apresentar a evolução de Rick e seus companheiros, insistindo em reservar mais de 40 minutos para a introdução de núcleos entediantes, fez com que a sétima temporada tivesse um ritmo muito lento, uma das grandes razões para a queda de audiência. O maior problema disso tudo é que os personagens não passam por evolução nenhuma. Eles começam o episódio e o terminam da mesma maneira, apesar de carregarem cicatrizes a mais. Rick, por exemplo, demorou oito episódios – contando aqueles em que não apareceu também – para finalmente passar de um ponto para outro na história. O roteiro da série, pueril, piora ainda mais a situação: cheio de diálogos fracos, que não aderem em absolutamente nada à história ou ao desenvolvimento pessoal de cada personagem.

Esse ritmo mal cadenciado e o péssimo roteiro contribuem também para uma má condução da história. Apesar da ótima ideia dos produtores de apresentar uma temporada mais humana – principalmente pela falta de zumbis em tela – e da jornada de Rick, agora totalmente destruído, vulnerável e pela primeira vez percebendo que as coisas não são do jeito que ele pensava, eles não aproveitaram bem. Seja com desenvolvimentos lentos de núcleos entediantes, seja com o mau aproveitamento de personagens – como, por exemplo, Daryl, Rosita, Sasha, Morgan, Carol –, o showrunner Scott Gimple parecia perdido, e insistindo em reservar tempo demais para história de menos.

O que mais enerva é o fato de que chegando no último episódio, os roteiristas simplesmente aprenderam – talvez tenham visto alguns episódios de Game of Thrones – que eles podem apresentar em apenas um episódio variados núcleos, o que traz dinamicidade à série. Entretanto, mais uma vez, The Walking Dead precisou apressar um pouquinho suas resoluções para que todas elas coubessem no derradeiro episódio final, tentando, assim, reanimar um pouco o público, mesmo que de maneira pobre.

O melhor elemento dessa sétima temporada é, indubitavelmente, Jeffrey Dean Morgan. Assim como no último episódio da temporada anterior, Negan consegue roubar a cena. Seja com sua postura desleixada, o seu humor negro, sua maldade refletindo nos olhos de Jeffrey, ou seu sarcasmo tenebroso. O ator consegue, inevitavelmente, ser o centro das atenções em qualquer cena que participe, até mesmo elevando o nível de qualidade do episódio.

E em meio a tantos problemas, o último episódio da sétima temporada chegou tentando conciliar os elementos bons da temporada. Em um episódio apenas bom, Greg Nicotero, o diretor do episódio, conseguiu trazer 60 minutos um pouco mais frenéticos, recheados de diálogos bons e com algumas cenas bastante extravagantes, com direito até mesmo à tigresa pulando no pescoço de alguém. Seguindo a fórmula The Walking Dead de fazer um último episódio satisfatório, Nicotero entrega um episódio razoável, mas ainda assim, abaixo das expectativas. Depois de tanto se falar sobre o episódio – Andrew Lincon deu uma entrevista elogiando o roteiro, Norman Reedus exaltou a criatividade dos roteiristas e prometeu algo extremamente épico, e o próprio Greg Nicotero prometia que este episódio teria um dos melhores roteiros da série –, mas no fim foi apenas um episódio divertido que conseguiu se sobressair um pouco em uma temporada recheada de episódios ruins.

A sétima temporada tinha tudo para ser épica. Bastaria encurtar essa história maçante contada em 16 episódios, e tentar dinamizar os núcleos, e desenvolver melhor cada personagem. Entretanto, o sétimo ano fica marcado pelo tédio característico dos episódios, os diversos núcleos irrelevantes, o mau desenvolvimento dos personagens, diálogos péssimos e algumas cenas de ação legais, e outras horríveis – sim, estou falando daquela cena ridícula em que Rick e Michonne cortam mais de oitenta zumbis com aquele fio de aço, ou a cena do parquinho, ou de várias outras mal feitas –, e, portanto, sendo, infelizmente, marcada como a pior temporada da série. As únicas ressalvas válidas em relação a personagens bem escritos são as da ótima construção de Negan e o ótimo desenvolvimento de Maggie, de resto, mais parece que não houve evolução. A expectativa agora é a de que a oitava temporada aprenda com os erros desta e melhore, porque cada vez mais tem se tornado um fardo assistir a The Walking Dead.

Nota 1,5/5

HOLANDÊSVOADOR

Embarcando no cinema

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