Crítica | 3% - 1ª Temporada
Em um futuro não muito distante e também espelho de coisas que já vivemos, só conseguimos ter bons resultados quando somos bons o suficiente, e é o que se trata a primeira série brasileira da Netflix 3%, que mostra muito bem que nem sempre as coisas dão certo.
Em um mundo distópico, todo jovem que tem 20 anos de idade participa de um processo onde apenas 3% são selecionadas para viver num paraíso chamado de maralto. Com testes feitos por Ezequiel (João Miguel), que decide Michele (Bianca Comparato), Fernando (Michel Gomes), Joana (Vaneza Oliveira), Rafael (Rodolfo Valente), Marco (Rafael Lozano) e tantos outros são dignos de uma vida melhor. O formato netflix de disponibilizar todos os episódios de uma vez prende o telespectador, já que queremos saber quem consegue passar pelo processo.
Com tantos erros e furos no roteiro, impossível não terminar a temporada com uma tristeza de que poderia ter sido muito melhor. A história poderia dar muito certo, por ser um assunto muito interessante, mas acaba sendo conduzida de maneira errada, e que às vezes pode deixar uma conversa totalmente sem sentido e explicação. A série trata alguns assuntos de uma forma muito filosófica o que nos deixa interessados, mas sendo aplicada de forma errada no roteiro deixa muita coisa no ar.
Os personagens são muito envolventes e também suas histórias - nos apresentando flashs do passado de alguns personagens antes do processo - tendo o toque netflix de se contar uma boa história. Mas o grande pecado da série é a construção daquele mundo, já que é muito falado que o maralto é o melhor mundo para se viver, mas em nenhum momentos temos provas, o que torna um dos maiores erros em uma construção narrativa.
E no final das contas, 3% tem uma história muito interessante, mas a quantidade de erros se sobressai muito mais e esquecemos de reparar nas qualidades que podem existir, deixando o telespectador no final da temporada com a sensação de tempo perdido.
2/5