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Crítica | Pixels - Adam Sandler repete fórmula, mas cumpre proposta

  • Gustavo Brasil
  • 23 de jul. de 2015
  • 2 min de leitura

Filmes do Adam Sandler se tornaram, praticamente, um gênero independente na comédia. Na maioria de seus trabalhos na sua Happy Madison, há uma fórmula repetitiva e de finais previsíveis: primeiro somos apresentados aos personagens ainda na infância, algo acontece lá que será importante no terceiro ato e, normalmente, há um interesse amoroso para o solteirão de 40 anos. E quando o ator altera pontos na fórmula, é quando costuma acertar ainda em comédias pastelão, como em 'Click', onde há uma maturidade no roteiro, e no divertidíssimo 'Gente Grande' (o primeiro), onde acontece um filme sem objetivo, mas com um timing certeiro para o humor.

Talvez por isso seja raro ligar o nome Adam Sandler a grandes obras e atuações de destaque. Existem 2 filmes recentes em que o ator se leva a sério e surpreende em tela, são eles: 'Homens, Mulheres e Filhos', de Jason Reitman, e o ótimo 'Trocando os Pés', de Thomas McCarthy.

Em 'Pixels', Sandler retorna com a imaturidade nas mãos de Chris Columbus (Harry Potter, Percy Jackson, Esqueceram de Mim). Não que seja desinteressante ver um adulto bobalhão com intuito de gerar gargalhadas, mas o problema é a insistência de Sandler no mesmo personagem. Chris usa deste artifício para criar empatia com as duas gerações, querendo divertir o público mais velho com referências e homenagens aos anos 80 (games, músicas), ao mesmo tempo em que tenta conversar com a nova geração, conectando o clima nostálgico com a criança que existe em cada personagem. E com isso, o filme falha gravemente. Os personagens principais não convencem como nerds, principalmente Sandler e o divertido Kevin James, que por sua vez, tem um papel-sátira interessante, mas não o exerce com competência.

O maior acerto de Pixels vem com a escalação do digníssimo Peter Dinklage (o Tyrion Lannister, um dos maiores personagens já feitos na cultura popular) e é com ele a maior conversa com as duas gerações. Chris Columbus conhece o potencial popular do ator e soube apresentá-lo com maestria no início do segundo ato. O carisma do astro é somado à expectativa criada pela espera de sua aparição, em uma momento diva hilário.

Vale destacar também a forma como os personagens principais lidam com a invasão. O momento em que o filme se conecta com o passado dos personagens e com a imaginação do público é quando usam das estratégias que aprenderam com os próprios games, para combater a ameaça. Uma boa e inovadora idéia.

O filme cumpre a proposta de fazer rir em certos momentos, mas se destaca mais pelas inúmeras referências à cultura popular. Adam Sandler, mais uma vez, não soube explorar seu verdadeiro talento como ator, mesmo que não tenha comprometido o filme por sua atuação. Os maiores problemas de Pixels são devido à fórmula, previsibilidade e um terceiro ato que ultrapassa o absurdo proposto pelo filme desde a sua divulgação, deixando, inclusive, o ótimo personagem de Peter Dinklage de lado para dar mais espaço aos menos interessantes.

Nota: 6.0

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