Crítica | 'O Exterminador do Futuro: Gênesis' - A salvação?
No próximo dia 2, chega aos cinemas o quinto filme da franquia 'Exterminador do Futuro', que começou sua história em 1984 pelas mãos de James Cameron ('Avatar'). Desta vez, a direção fica por conta de Alan Taylor, que tem em seu currículo 6 episódios da série 'Game Of Thrones' e 'Thor: O Mundo Sombrio' como seu trabalho mais recente. Comparações são sempre inevitáveis em reboots ou, ao que parece, 'correções' para apagar erros da franquia.
A trama do filme parte do ponto de vista da resistência humana do futuro, quando John Connor (Jason Clarke), líder da resistência contra a Skynet, envia Kyle Reese (Jai Courtney) de volta a 1984 para proteger sua mãe Sarah (Emilia Clarke) de um exterminador assassino, uma mudança inesperada dos acontecimentos cria um cronograma alterado. Em vez de uma garçonete com medo, Sarah é uma lutadora habilidosa e tem um guardião Exterminador ao seu lado. Confrontado com aliados improváveis e perigosos inimigos novos, Reese sai em uma nova missão inesperada: redefinir o futuro.
O filme cumpre o dever de mostrar uma nova direção para a franquia, totalmente renovada (não inovada), apagando (ou melhor, ignorando) os fracos terceiro e quarto filmes. Essa 'borracha' em filmes que são considerados erros pela crítica ou fãs mais antigos de uma franquia, me incomoda, sinto que somos subestimados como espectadores, mas isso não afeta os pontos positivos do filme.
A começar pelo fan service, somos levados a cenas recriadas do primeiro filme, usando até os mesmos efeitos especiais de 1984 (inclusive o mesmo Nike de Kyle Reese). Cenas nostálgicas e homenagens são sempre bem vindas, ainda mais quando são usados na dose certa, como é o caso de Gênesis. Revisitamos o momento da chegada do T800, com uma tecnologia de CGI (usada também para recriar Paul Walker em Velozes 7) e, para completar, somos surpreendidos com um daqueles momentos inesquecíveis do cinema, mesmo que tal cena tenha sido mostrada no trailer. Para melhorar, o filme não se sustenta somente em nostalgia, algumas fórmulas de renovação funcionam bem.
Arnold Schwarzenegger pode não ser o protagonista da trama, mas o ator conhece seu papel como ninguém e rouba todas as cenas em que aparece. O astro de 67 anos sempre foi e sempre vai ser a marca oficial da franquia. Desta vez funcionando ainda mais como alívio cômico (ao lado do ótimo J.K. Simmons), papel que começou a exercer no segundo filme, de 1991. O novo John Connor de Jason Clarke é outro ponto forte na renovação. O ator está ótimo no papel e surpreende. A talentosa Emilia Clarke também dá uma nova personalidade à personagem central da trama: Sarah Connor. Como falei no início da crítica, comparar é inevitável. Emilia Clarke faz o que lhe é exigido em cena (o que obviamente é positivo) e, talvez, pode até ter acertado em não imitar Linda Hamilton, assim dando sua própria versão da personagem. Uma mudança em seu passado pode explicar a diferente personalidade, pois neste filme Sarah se sente mais protegida, diferente do que lhe é exigido em 'O Julgamento Final'. O Kyle Reese de Jai Courtney também é diferente da ótima atuação de Michael Biehn no primeiro filme, mas está aí o primeiro ponto negativo. O soldado da resistência não tem nada do que vemos em flashbacks do primeiro filme. A nova versão não consegue se conectar tão bem ao espectador e, aqui, a empatia faz falta. Quando nos importamos mais com um personagem terciário como o de J.K. Simmons do que um dos principais, algo não está certo.
O principal ponto negativo é, sem dúvidas, a previsibilidade do roteiro de Patrick Lussier (Dracula 2000). É até injusto culpar o roteirista, pois é o trailer quem revela demais da trama. A revelação de John Connor (confira o trailer para entender) seria uma ótima surpresa para o filme, sem dúvidas.
Para resumir: é um bom filme e cumpre a missão de entreter como um filme repleto de ação e com ótimo timing de humor. O roteiro não é brilhante e nem inovador, mas vale o ingresso para assistir um bom filme que tenta resgatar a mesma atmosfera dos primeiros. O longa não se arrisca tanto e nem mostra a sensação de perigo real como em 'O Julgamento Final', que é um suspense de ação, mas consegue falar a língua do publico alvo atual. Evite as comparações e assista ao filme em 3D.
NOTA: 7.5