Crítica | Mad Max: Estrada da Fúria é um dos melhores filmes do ano
De fato, um dos melhores filmes de ação dos últimos anos! Há 30 anos, vimos o terceiro filme da franquia com a última participação do primeiro Max, Mel Gibson, e hoje, Tom Hardy assume seu papel com uma atuação que, talvez, tenha superado a de seu antecessor (saudosistas me matarão), mas que também pode ser vista de uma forma diferente, não simplesmente se é melhor ou não.
Em um mundo pós apocalíptico e com escassez de água e combustível, uma cidadela é tiranizada por um tipo de ditador, que regula a quantidade de água e recursos que cede a seu povo. Uma das mulheres do bando resolve se rebelar com o objetivo de voltar a sua casa de origem e passa a ser perseguida pelo tirano. É em volta dessa perseguição que a trama é construída.
Mad Max: Estrada da Fúria, que teve um orçamento estimado em 200 milhões de dólares, trouxe uma inspiração maior (talvez) de seu segundo filme, onde o mundo pós apocalítico e o caos já estavam instaurados e estabelecidos. O diretor George Miller, responsável também pelos três filmes anteriores, trouxe algumas referências dessas prequels e quem já assistiu, vai conseguir entender quando elas aparecerem.
O que também chamou muita atenção foi a importância do núcleo feminino na trama. Podemos falar aqui que o filme tem dois protagonistas: o próprio Max e a personagem Furiosa, vivida pela excelente atriz Charlize Theron. Mas não só ela, todas as outras personagens femininas também são valorizadas, independente de “clãs” ou idade. Isso foi um dos pontos altos do roteiro.
Um outro personagem bem construído é o intrigante Nux (vivido por Nicholas Hoult), que começa como um perturbado integrante da patrulha de guerra da cidadela e depois passa por uma evolução de uma forma que você passa a se importar muito com o que possa acontecer com ele.
Não existiu uma grande construção de diálogos em torno do vilão Immortan Joe (Hugh Keays-Byrne), mas o pouco que falava, passava o que queria e era bem imponente em suas cenas, nos deixando muitas vezes aflitos para saber o que faria em seguida. Sem contar seu visual bem medonho e, ao mesmo tempo, inesquecível, fazendo o espectador ficar satisfeito ao vê-lo e sentir orgulho ao saber que pôde assistir a um filme com tal vilão.
O filme tem um visual bem excêntrico e colorido, contrastando muito bem com os personagens e os veículos. Cenas de ação que misturam explosões, sinalizadores coloridos, homens com guitarras (sim, guitarras!) e tambores, carros capotando e homens “voando” para todos os lados são usadas frequentemente, inclusive, muita coisa de forma prática, com pouco uso de efeitos visuais computadorizados, deixando mais para situações onde não tem outra opção senão a de usá-los.
Enfim, sua mente deve estar bem aberta para o que Mad Max: Estrada da Fúria se propôs a mostrar porque não é um filme para todos, pois traz elementos incomuns para o grande público. Mas, com certeza, elevou a um outro patamar os filmes de ação, fazendo com que os espectadores não desgrudem os olhos da tela com todas aquelas coisas acontecendo.
Vale muito! E Parabéns aos envolvidos.
Nota: 10,0